"INFINITO PARA SEMPRE"
Amizade...
Amor...
Poesia...
Um pouco do amado poetinha
Vinícius de Moraes.
"Infinito para sempre!”
Procura-se Um Amigo
Vinícius de Moraes
Amor...
Poesia...
Um pouco do amado poetinha
Vinícius de Moraes.
"Infinito para sempre!”
Procura-se Um Amigo
Vinícius de Moraes
Não precisa ser homem, basta ser humano,
basta ter sentimentos,basta ter coração.
Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir.
Tem que gostar de poesia, de madrugada,
de pássaro, de sol, da lua, do canto,
dos ventos e das canções da brisa.
Deve ter amor,
um grande amor
por alguém,
ou então sentir falta
de não ter esse amor.
Deve amar o próximo
e respeitar a dor
que os passantes
levam consigo.
Deve guardar segredo
sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão,
nem é imprescindível que seja de segunda mão.
Pode já ter sido enganado,
pois todos os amigos são enganados.
Não é preciso que seja puro,
nem que seja todo impuro,
mas não deve ser vulgar.
Deve ter um ideal
e medo de perdê-lo e,
no caso de assim não ser,
deve sentir o grande
vácuo que isso deixa.
Tem que ter ressonâncias humanas,
seu principal objetivo deve ser o de amigo.
Deve sentir pena
das pessoas tristes
e compreender
o imenso vazio
dos solitários.
Deve gostar de crianças
e lastimar as que
não puderam nascer.
Procura-se um amigo
para gostar dos mesmos gostos,
que se comova, quando chamado de amigo.
Que saiba
conversar
de coisas simples,
de orvalhos,
de grandes chuvas
e das recordações
de infância.
Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer,
para contar o que se viu de belo e triste durante o dia,
dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas,
de poças de água
e de caminhos molhados,
de beira de estrada,
de mato depois da chuva,
de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo
que diga que vale a pena viver,
não porque a vida é bela,
mas porque já se tem um amigo.
Para não se viver
debruçado no passado
em busca de
memórias perdidas.
Precisa-se de um amigo
para se parar de chorar.
Que nos bata nos ombros
sorrindo ou chorando,mas que
nos chame de amigo,
para ter-se a consciência
de que ainda se vive.
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Vinícius de Moraes
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