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NATAL
Pois é,
Lá vem ele.
Vem cheio de luzes (este ano apostaram nas azuis, vá lá saber-se porquê!).
Vem mais uma vez cheio de boas palavras, cheio de boas intenções (aparentes).
Vem cheio de Amigos, de Paz, de Amor, de Solidariedade, de Sorrisos, de Desculpas, de Prendinhas e Prendonas, de Almoços e Jantares, também eles cheios disso tudo.
E amanhã?
Amanhã volto à mesma vida, ou vidinha...
Amigos?
Lá vem ele.
Vem cheio de luzes (este ano apostaram nas azuis, vá lá saber-se porquê!).
Vem mais uma vez cheio de boas palavras, cheio de boas intenções (aparentes).
Vem cheio de Amigos, de Paz, de Amor, de Solidariedade, de Sorrisos, de Desculpas, de Prendinhas e Prendonas, de Almoços e Jantares, também eles cheios disso tudo.
E amanhã?
Amanhã volto à mesma vida, ou vidinha...
Amigos?
Só aqueles que de qualquer modo me trazem algum benefício, por isso é que são amigos!
Paz?
Qual paz, qual quê, se dou tudo para serrazinar o vizinho do lado e não poupo ninguém a um belo mexerico.
Amor?
Que tipo de amor? Aquele que, nesta época do ano, não tenho vergonha de dizer que sinto? E durante o ano inteiro? Sei o que é amor? Se por descuido, digo que tenho amor por alguém, posso ser logo apelidado disto e daquilo, nomeadamente de lamechas e de maricas. Então porque falar de amor?
Solidariedade...
Têm quem tem! Mas ou se tem sempre, ou não se tem nunca. Ou se é, ou não se é. Hoje sou muito! - Porque fica bem dar uma esmola, pois o menino das palhinhas está acordado (só está acordado 15 dias no ano!) e se vê que não sou solidário não me dá o reino dos céus e lá vou eu para os confins do inferno.
Sorrisos.
Fica bem, até porque faz bem à pele, e vou sorrir muito, não vá lá o Deus Nosso Senhor ficar zangado e pôr-me umas trombas para o resto da vida e então lá se vai a minha beleza. Então, vá de sorrir até que me doam os maxilares e desejar o que não desejo (ou melhor, nem estou a pensar se desejo ou não, porque é Natal e no Natal essas coisas não se pensam… sorri-se, desejam-se as "coisas, fazem-se e pronto!), e dizer sentir o que não sinto e como é Natal...vamos sorrir mesmo que estejamos tristes, porque fica mal se não sorrires, porque é Natal...
Desculpas!
Paz?
Qual paz, qual quê, se dou tudo para serrazinar o vizinho do lado e não poupo ninguém a um belo mexerico.
Amor?
Que tipo de amor? Aquele que, nesta época do ano, não tenho vergonha de dizer que sinto? E durante o ano inteiro? Sei o que é amor? Se por descuido, digo que tenho amor por alguém, posso ser logo apelidado disto e daquilo, nomeadamente de lamechas e de maricas. Então porque falar de amor?
Solidariedade...
Têm quem tem! Mas ou se tem sempre, ou não se tem nunca. Ou se é, ou não se é. Hoje sou muito! - Porque fica bem dar uma esmola, pois o menino das palhinhas está acordado (só está acordado 15 dias no ano!) e se vê que não sou solidário não me dá o reino dos céus e lá vou eu para os confins do inferno.
Sorrisos.
Fica bem, até porque faz bem à pele, e vou sorrir muito, não vá lá o Deus Nosso Senhor ficar zangado e pôr-me umas trombas para o resto da vida e então lá se vai a minha beleza. Então, vá de sorrir até que me doam os maxilares e desejar o que não desejo (ou melhor, nem estou a pensar se desejo ou não, porque é Natal e no Natal essas coisas não se pensam… sorri-se, desejam-se as "coisas, fazem-se e pronto!), e dizer sentir o que não sinto e como é Natal...vamos sorrir mesmo que estejamos tristes, porque fica mal se não sorrires, porque é Natal...
Desculpas!
Sim porque nesta época, porque é Natal, tudo se desculpa.
Deixa passar o Natal e vais ver como elas te mordem. Pagas todas juntas, porque aí, o tal menino adormeceu e só volta a acordar outra vez, lá para meados de Dezembro próximo.
Prendinhas e Prendonas.
Ah pois…
Quer haja dinheiro ou não, tenho que comprar... comprar... comprar, até me cansar de comprar... tanta inutilidade.
Cansei-me, mas ainda falta algumas inutilidades que tenho que comprar para aqueles gajos de quem eu não gosto (mas nesta época do ano esqueci-me que não gosto) e tenho que lhes dar umas prendas, porque é Natal e nesta época, devemos também gostar de quem não gostamos e para lhes dizer isso, devemos dar-lhes umas prendinhas, até porque eles, que também não gostam de mim, me vão obsequiar igualmente com uma inutilidade…
E aquelas prendonas que não tenho dinheiro para comprar (mas sempre posso usar os tais cartõezinhos de plástico) mas que fica tão bem oferecer, até porque há sempre aquele amigo? a quem devo dar uma prenda maior e mais cara, do que aquela que eu penso que ele me vai dar, porque eu não posso ficar atrás!
Ah, quanto ao dinheiro, o pior é que o mês de Janeiro tem sempre mais ou menos 40 dias… Mas olha, pelo menos fiz boa figura!
Almoços.
Agora sim, vou ter que sentar à mesa com aquela cambada toda que me faz a vida negra todo o ano, e troco tudo o que acima foi ilustrado.
Assim, entre Amigos, em Paz e com Amor, troco Sorrisos Solidários e peço Desculpas com uma Prenda, coma a mesma desfaçatez com que, ao longo de todo o ano, traio o semelhante ou o amigo, desde que tire algum benefício. Senão para que servia esta folga do Natal?
Durante todo o ano (excepto os cerca de 15 dias em que o menino das palhinhas está acordado), não faço um afago a ninguém porque tenho vergonha ou não tenho tempo;
Arranjo mil e uma maneira de criar maus ambientes por dá cá aquela palha (ou porque o puto ou o marido lá em casa me chatearam a molécula) e falta-me pachorra para aturar toda aquela gente que pulula à minha volta;
Sou incapaz de perguntar ao vizinho, ao colega ou simplesmente ao conhecido, porque está triste e se posso ajudar nalguma coisa, nem que seja ouvindo-o;
Não peço desculpa por ter sido inconveniente (é um acto menor) e faço-me difícil quando me pedem desculpa (porque é um acto maior);
E esqueço-me que posso dar um chocolate ao meu colega do lado que fez hoje anos
Deixa passar o Natal e vais ver como elas te mordem. Pagas todas juntas, porque aí, o tal menino adormeceu e só volta a acordar outra vez, lá para meados de Dezembro próximo.
Prendinhas e Prendonas.
Ah pois…
Quer haja dinheiro ou não, tenho que comprar... comprar... comprar, até me cansar de comprar... tanta inutilidade.
Cansei-me, mas ainda falta algumas inutilidades que tenho que comprar para aqueles gajos de quem eu não gosto (mas nesta época do ano esqueci-me que não gosto) e tenho que lhes dar umas prendas, porque é Natal e nesta época, devemos também gostar de quem não gostamos e para lhes dizer isso, devemos dar-lhes umas prendinhas, até porque eles, que também não gostam de mim, me vão obsequiar igualmente com uma inutilidade…
E aquelas prendonas que não tenho dinheiro para comprar (mas sempre posso usar os tais cartõezinhos de plástico) mas que fica tão bem oferecer, até porque há sempre aquele amigo? a quem devo dar uma prenda maior e mais cara, do que aquela que eu penso que ele me vai dar, porque eu não posso ficar atrás!
Ah, quanto ao dinheiro, o pior é que o mês de Janeiro tem sempre mais ou menos 40 dias… Mas olha, pelo menos fiz boa figura!
Almoços.
Agora sim, vou ter que sentar à mesa com aquela cambada toda que me faz a vida negra todo o ano, e troco tudo o que acima foi ilustrado.
Assim, entre Amigos, em Paz e com Amor, troco Sorrisos Solidários e peço Desculpas com uma Prenda, coma a mesma desfaçatez com que, ao longo de todo o ano, traio o semelhante ou o amigo, desde que tire algum benefício. Senão para que servia esta folga do Natal?
Durante todo o ano (excepto os cerca de 15 dias em que o menino das palhinhas está acordado), não faço um afago a ninguém porque tenho vergonha ou não tenho tempo;
Arranjo mil e uma maneira de criar maus ambientes por dá cá aquela palha (ou porque o puto ou o marido lá em casa me chatearam a molécula) e falta-me pachorra para aturar toda aquela gente que pulula à minha volta;
Sou incapaz de perguntar ao vizinho, ao colega ou simplesmente ao conhecido, porque está triste e se posso ajudar nalguma coisa, nem que seja ouvindo-o;
Não peço desculpa por ter sido inconveniente (é um acto menor) e faço-me difícil quando me pedem desculpa (porque é um acto maior);
E esqueço-me que posso dar um chocolate ao meu colega do lado que fez hoje anos
(porque tenho que me guardar para o Natal) porque aí, nessa época, no Natal, no Natal de todos nós, porque é mesmo todos nós, então eu vou lembrar de todos, de todos mesmo, dos meus amigos, dos meus menos amigos, dos meus pouco amigos, dos meus quase nada amigos e também dos meus inimigos, MAS...
Nessa época, no Natal, (já me ia esquecendo que são todos meus amigos), vou lembrar-me de todos ,nem que seja através daquelas coisas que se "mandam" pelos telemóveis e que na maior parte das vezes são todas iguais e não se sabe de onde vêm, vou desejar um Optimo Natal e um Feliz Ano Novo.
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Folha Caída
1 comentário:
Com este é que me deixaste de rastos! Tua sabes o porquê...
"És tão boa, mas tão boa... que não prestas para nada!" :-)
Beijos do tamanho desse coração!
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