domingo, 21 de junho de 2009

E o tempo? E o sonho? E o peixe?

Desde sempre que nós, os desta Era, fomos habituados a considerar a sequência do tempo como se de um rio se tratasse, que corre desenfreado pelas suas margens, sempre sem interrupções.
Raramente ou nunca, paramos para pensar sobre o sentido do tempo, o tempo aqui, visto como uma sucessão dos dias.
No século XVI, o calendário foi ajustado, tendo-lhe sido retirados dez dias.
Sim…!
Foram retirados do calendário os dias que medeiam entre o dia 4 de Outubro e o dia 14 de Outubro de 1582.
É estranho não é?
Mas é verdade.
Este “roubo” foi decretado por uma bula papal e que vigorou por toda a Europa católica, sob a influência do papa, logo, também em Portugal.
Foi estranho? Como terá sido?
Não interessa agora…
Mas que o calendário mudou, mudou!
Até essa data, a data do “roubo”, o calendário que vigorava datava do tempo de Júlio César, líder romano. O chamado Calendário Juliano.
O calendário Juliano tinha desajustes, porque estava manifestamente em desacordo com as observações astronómicas.
Ao que é defendido e aceite, é o céu que rege a marcação do tempo. São as regularidades astronómicas que constroem o calendário. Assim,
O ano corresponde ao espaço de tempo que a Terra demora a dar uma volta completa em torno do Sol (mas afinal Ela move-se…).
O mês corresponde aproximadamente ao espaço de tempo que a Lua demora a dar uma volta completa em torno da Terra.
A semana corresponde aproximadamente ao espaço de tempo que demora cada fase da Lua – Quarto Crescente, Lua Cheia, Quarto Minguante e Lua Nova). E,
O dia é o tempo que a Terra demora a dar uma volta completa em torno do seu próprio eixo.
Então, O papa Gregório XIII, com os peritos em seu redor, decidiu redigir uma bula que fez “eclipsar” (para usar um termo à “altura”) os tais dez dias do calendário. Passámos a reger-nos pelo Calendário Gregoriano, que é aquele que hoje vigora.
Porquê Outubro e não outro mês qualquer?
Em Outubro a festas religiosas estavam “quase de férias” e assim não se suprimia nenhuma… (Estamos a falar de uma atitude papal…).
Como é sabido, o ano não tem exactamente 365 dias, ou melhor, o tempo de translação da Terra não é um múltiplo inteiro do seu tempo de rotação.
Daí que o calendário na nossa Era, possui anos bissextos, em que se acrescenta um dia a mais no final de Fevereiro, de quatro em quatro anos.
Mas mesmo esta manigância não chega para resolver o problema, pelo que alguns anos que deviam ser bissextos não o são, fazendo-se assim um outro pequeno ajuste do calendário à astronomia.
Se, por acaso, vivêssemos à volta de uma outra Estrela e tivéssemos um outro Satélite Natural, como seria o nosso calendário? E as nossas unidades de tempo? Decerto bem diferentes!
(Recordo aqui o livro, muito interessante e que me foi emprestado e que eu tomei por meu, depois de tu, Henrique, teres desaparecido estupidamente da minha vida. Se fosse só da minha vida… eu estaria feliz, porque ainda assim, existias, fazendo felizes de certeza algumas pessoas que contigo estivessem…
Mas desapareceste estupidamente da vida de todos nós. Foste sem pedir autorização, sem te despedires. Foste e deixaste um grande vazio. Pelo menos em mim. Um vazio que jamais será preenchido. Mas foste, e assim mesmo, no tempo que partilhámos, fui muito feliz contigo. Foste o MEU Grande AMIGO.)
Mas voltando ao livro, que tomei por Meu, “Tibaldo e o Buraco no Calendário”, de Abner Shimony. Neste livro é feita toda esta explicação - alteração do calendário - e narrado ao mesmo tempo a história de um menino, a quem a bula papal, roubou o seu dia de aniversário (…)
Era 1 e tal.
O telefone toca.
Será que é verdade?
É mesmo…
Está tudo louco!
O mundo está louco.
Nós estamos loucos.
Tu estás louco. E,
E já agora, eu também!
Era quinta-feira.
Mais uma quinta-feira de uma semana qualquer, de um mês qualquer, de um ano qualquer, mas Gregoriano.
A Lua, primeiro não se via, depois, apareceu timidamente, lá longe, muito pequenina. Como eu. E porque não como tu também… Sem assumirmos … Como nós!
Mas era quinta – feira. Não. Já era sexta-feira. Já passava da meia-noite!
Continua-se com a mania de que o dia só passa quando dormimos… Será?
Não!
O calendário é implacável. À meia-noite de cada dia, Ele passa. Passa mesmo. Quer tu queiras quer não… (…) 17, 18, 19, 20 (…) até 28, 29, 30 ou 31.
Mas era sexta-feira e havia muita água. Mas sabes que por baixo daquela ainda havia mais?
Como será que se desloca um cardume de peixe?
Desloca-se todo à superfície ou por baixo daquele cardume existe outro?
Não sei!
Queres descobrir comigo?
Se sim…
Vamos a isso!
Eram mais ou menos sete horas da manhã.
De sexta-feira. O dia no calendário passou. Mas não dormi. Será que sonhei?
Porque o dia passou!
Continua-se com a mania de que o dia só passa quando dormimos…
Então dormi e sonhei.
Diz-me que não!
Vamos descobrir como se desloca um cardume de peixe.
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"Folha Caída"
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O tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

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"Mário Quintana
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1 comentário:

RUI disse...

Excelente Artigo, Anabela.
Obrigado por me teres adicionado.
BOM DOMINGO e BOA SEMANA pr TI.
Abração do
Rui
1lindomenino