domingo, 18 de janeiro de 2009

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Tributo ao(s)Professor(es)

É domingo de manhã.
Manhã? Para mim sim, porque é domingo!
Para ti?
Talvez não. Mas é domingo.
Há algum tempo que venho a considerar escrever umas frases sobre uma actividade profissional que muito admiro.
Chegou a hora, talvez estimulada por vários acontecimentos. (às vezes é preciso!)
Em criança, quando me perguntavam o que queres ser quando fores grande, nunca esta profissão me seduziu.
Hoje, já “grande”, já mãe, já meio formada intelectualmente (já que em formação continua), considero que devo este tributo.
Estou a falar dos meus Professores, e, nas pessoas anónimas “deles”, incluo Todos aqueles que, têm a paciência, saber, vontade, disposição, carinho, humanidade, e solidariedade, de nos aturar, de nos ensinar, de nos compreender, de nos acarinhar e quiçá muitas vezes nos alimentarem o corpo e o espírito (muitas vezes deixando para trás parte da sua vida)
Excluo deste leque, outros tantos que nos vão marcando negativamente, porque também os há (mas destes não “reza a história”).
Será já nostalgia da idade?
Não sei, mas sei que os admiro.
Admiro porque, muitos que encontrei, foram os meus amigos mais velhos, outras vezes mais novos, mas que sabiam mais do que eu, de algumas coisas é claro! Ensinávamo-nos mutuamente, porque eles também aprendiam…
(nem que fosse as mil e uma novas maneiras de fazer cábulas!!!!!!!!!!!)
Uns ficaram e ficarão para sempre. Outros não tanto (mas que recordo quando algum acontecimento ou conversa se proporciona a seu respeito)
Mas… Há Aqueles!!!
Aqueles que ficam, que são para a vida!
Sobre alguns já passaram muitos anos, talvez décadas. (estou velha?)
Não recuso-me!
Esses, alguns ainda hoje “vamos beber um café”, ainda hoje trocamos impressões e dois dedos de conversa, ainda hoje trocamos saberes.
Hoje, porque já nos sentimos parceiros, já não nos sentimos “aluna/professor” já nos damos ao luxo de nos tratar por Tu.
A Um deles, porque já não está entre nós, digo-lhe: Tenho tantas saudades Tuas Henrique. Fazes-me tanta falta.
A todos os professores que nos ajudam a crescer o meu Muito Obrigada.

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Folha Caída
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«Ensina-me»


Quando era novo, mandei fazer numa tábua
A canivete e nanquim a figura dum velho
A coçar-se no peito por causa da sarna
Mas de olhar implorativo porque esperava que o ensinassem.
Uma segunda tábua pra o outro canto do quarto,
Que devia representar um moço a ensiná-lo,
Nunca mais foi feita.
Quando era novo tinha a esperança
De encontrar um velho que se deixasse ensinar.
Quando for velho, espero
Que se encontre um moço e eu
Me deixe ensinar.
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Bertold Brecht, in 'Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros Poemas' Tradução de Paulo Quintela
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3 comentários:

João Paulo Proença disse...

Olá "Folha caída"

Por isso me custa tanto que nos maltratem e desvalorizem a profissão docente.

Como hão-de os nossos filhos dispor-se a aprender algo de alguém que é tão maltratado pela autoridade deste pais?

Cumprimentos

João P.

AnaMar (pseudónimo) disse...

olá.
Subescrevo as tuas palavras.
Os professores que nos abriram as janelas da alma e continuam a ajudar na evolução criança/jovem/adulto.
Inesquecíveis. Adorados.

Por isso nunca entenderei porque o nosso Governo não os respeita (Será que estão traumatizados com experiências negativas de maus professores? Porque também os há).Ou simplesmente não sabe ser exemplar ao dignificar quem os representa, neste caso toda a administração Pública que constiyui o Estado?

Jotas disse...

tributo justo e merecido.